Luso eleitos são expoente máximo da integração portuguesa
Uma iniciativa conjunta do semanário «O Emigrante/Mundo Português e da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, com o apoio da Câmara de Cascais, o I Encontro Mundial de Luso-Eleitos trouxe a Portugal quase 40 políticos portugueses e luso-descendentes residentes no Canadá, Estados Unidos, África do Sul, França e Luxemburgo.
O evento que teve como um dos principais objetivos, reunir políticos que partilham a mesma ascendência e uma língua materna comum, para que se conhecessem e trocassem experiências governativas. No encontro, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, defendeu a necessidade de “despertar as comunidades portuguesas” para a participação cívica e política, e incentivou à criação de redes de influência na diáspora.
José Cesário, que falava na sessão de abertura do I Encontro Mundial de Luso-Eleitos, começou por destacar o “exemplo de colaboração” com o poder locar demonstrado neste encontro, referindo-se à parceria da organização com a Câmara de Cascais, sublinhando que “desde pelo menos 2002”, defende que a relação com as comunidades portuguesas “tem que ser feita articuladamente entre o poder central e o poder local”. “Os nossos municípios mantêm ao longo do ano, uma relação com aqueles que lá nasceram, saíram de lá, que são proprietários, investidores, que têm uma relação cultural com esses municípios mas não são efetivamente residentes”, recordou, lembrando que neste momento há já 92 municípios em Portugal que têm a funcionar Gabinetes de Apoio aos Emigrantes.
O governante que falava perante uma plateia de quase quatro dezenas de deputados, senadores, vereadores e autarcas de origem portuguesa, oriundos de cinco países, alertou para a importância da participação cívica e política nos países de acolhimento, para que “daqui a algum tempo”, haja “redes, lóbis, devidamente organizados à escala da nossa diáspora”.
Assumindo que este não é um “trabalho fácil”, que já foi tentado no passado, defendeu que com determinação é possível obter resultados, conseguindo “um sucesso de cada vez, passo a passo”. “O objetivo é que os senhores se conheçam, que os políticos de origem portuguesa do Canadá, Estados Unidos, França, áfrica do Sul e qualquer outro país, possam ter contactos uns com os outros, e funcionar em rede”, explicou o governante. José Cesário defende a existência de organizações de luso eleitos à escala local, à semelhança do que já acontece em França, com a Cívica e a Ativa, sublinhando que não será o governo português a dinamizar essas redes. “É a vós que compete fazer esse trabalho e por isso vos pedimos para aqui virem, para trocarem experiências, para perceberem o que se está a passar em Portugal neste momento e o modo como podemos todos colaborar. Estou convicto que assim teremos resultados”, afirmou.